sexta-feira, 21 de julho de 2017

Cabelo e rock - Fábio Sant' Anna e Mauro Marcel


Resultado de imagem para bob cuspO rock mudou de estilo, influenciou estilos, foi influenciado por outros tantos, porém alguns estereótipos permanecem e seguem fortes ao longo dos anos. Um dos mais fortes é do roqueiro com cabelo comprido.
O cabeludão está presente em toda a cultura rock a partir dos anos 60, sobreviveu aos 70, verdadeiras orgias capilares aconteceram nos palcos dos 80 e até mesmo os 90 com Nirvana e companhia grunge ou o século XXI com Strokes e outros tantos sobreviventes de várias décadas que continuam tocando e fazendo as cabeças, chacoalhando as madeixas e balançando as tranças.
Rastafáris como Bob Marley, bagunçados como outro Bob, o Dylan. Cabelos de boneca Barbie como de Sebastian Bach (Skid Row).
Havia uma época em que seria uma verdadeira heresia uma banda de heavy metal subir ao palco com os cabelos cortados. Jogar o cabelo para a frente e descer o braço na guitarra e sentir o público fazer o mesmo com a chamada “air guitar”, a famosa guitarra imaginária que todo headbanger (e não headbanger) já tocou.
Foi o Metálica uma das primeiras grandes bandas metaleiras a ter seus integrantes com cabeças depiladas.
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Mas se me permitem uma opinião, devo dizer que com as bandas envelhecendo não é raro encontrar roqueiros calvos, a velhice chega para todos e o que fica pelo caminho é a lembrança das madeixas que foram. Inclusive pra você que agora lê e vê seus cabelos crescerem sentindo-se poderoso por ser um contestador, um verdadeiro roqueiro.
Mas muito shampoo e intensa briga com os pais depois, será que você já se questionou a respeito do motivo que levou o primeiro roqueiro a ter seu cabelo crescido?
É daquelas coisas que se perdem no tempo, mas que engrandecem os motivos que levam um menino da periferia a esperar outro emprego e não aquele que o recusou por ter cabelo comprido. Aliás, durante algum tempo no Brasil, grandes madeixas foram sinônimo de marginalidade. Mais precisamente no período militar (1964 - 1985).
Entretanto é esta a história que explica o cabelo comprido balançando de Janis Joplin, Jim Morrison, Bono Vox (dos anos 80), Europe, Iron Maiden, Queen, The Who, Sepultura, Motorhead, muitos, muitos, quase todos, até nosso Paulo Ricardo de ombreiras e olhar 43 a enlouquecer as menininhas de outrora, matriarcas de famílias de hoje.
Falando sério, um cara no palco com uma guitarra nos braços e cabelo curto quase pensamos em jazz, blues e afins, talvez um engomadinho de terno da banda de apoio do Frank Sinatra.
Resultado de imagem para europe bandEu sei, estou reproduzindo estereótipos, mas é assim que vemos o mundo, temos que questionar e foi o que os roqueiros começaram a fazer nos anos 90, 2000 e adiante. Talvez essa confissão não impressione a ninguém, mas para mim foi um choque quando o Sepultura cortou o cabelo, o Metálica, outros e outros. Eu, que nunca tive cabelo comprido, senti que o rock começava a morrer, se esfacelar com as tranças do metal.
Essa história de cabelo começou com a II Guerra Mundial. Os primeiros roqueiros eram filhos de soldados aleijados, proletários, pobres e que sofriam na pele as consequências do fim da guerra. Muitos órfãos sem a menor condição de ascender socialmente, não à toa essa é a história de John Lennon, órfão de pai, abandonado pela mãe vivendo a infância na Inglaterra do pós-guerra.
Assim como nos Estados Unidos muitos filhos de soldados cresceram sem pais ou com os pais sem braços, sem pernas e o que é pior, estes veteranos de guerra eram orgulhosos do país e de terem se aleijado, lutado e matado por ele.
Sabemos que as gerações mais jovens buscam questionar as anteriores, o cabelo comprido é a perfeita antítese do soldado dizendo “sim senhor”.
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Dizer “não senhor”, e não cortá-lo era uma maneira de se afirmar como ser pensante e questionar o Estado. Não por acaso no musical “Hair”, que retrata com muita simpatia os hippies dos anos 60, o personagem se entrega pra morte num campo de batalha, não sem antes ter seu cabelo cortado, perdendo assim sua identidade hippie – o estereótipo do roqueiro dos 60. Assim como a primeira cena do filme de Stanley Kubrick “Full Metal Jacket” em que vários jovens têm seu cabelo raspado ao chegar numa base militar. Cabelo caindo, identidade se esvaindo.
Por que o roqueiro tinha o cabelo longo nos anos 60 e 70? Outra guerra surgiu, o Vietnã levava jovens carecas às trincheiras com um rifle nas mãos, olhar infantil e sensação de medo.
O rock nesta época transcendeu a questão musical, cultural, comportamental. O cabelo comprido de um rapaz que tinha um irmão morto no Vietnã era uma questão política, esta postura se completava quando vestia o uniforme baleado em que o irmão foi morto, a mesma roupa suja de sangue e com furos de bala. Dando início a outro estereótipo roqueiro: a roupa rasgada, o desleixo com a imagem.
Há no cabelo desgrenhado e longo todo um questionamento com o sistema. O roqueiro é o cara do não.
“Era” o cara do não, algo mudou no rock (’n roll) nos anos 2000, mas isto será assunto de outro capítulo.
Embora questionar seja diferente em diferentes épocas o roqueiro começa questionando em casa: a religião dos pais, os horários dos pais. Passa a questionar o sistema educacional: o professor, os horários de aula, os livros que o professor obrigou a ler. Questiona o Estado: exército, a música, o emprego, o corpo com tatuagens impedindo-o de entrar no mercado de trabalho.
Uma das características mais marcantes do rock é a forte associação do ritmo ao protesto de maneira geral.
Desde seu início quando o rock ainda era n’roll já se podia perceber o estranhamento que causava e a maneira que os roqueiros encontravam para protestar. Muito embora no início essa subversão estivesse muito mais ligada em como os astros do rock se vestiam ou se penteavam do que com a sua música propriamente dita.
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Na América puritana na década de 1950 casar-se com a prima de 13 anos levou a carreira de Jerry Lee Lewis à decadência.
E o que dizer do pai da matéria Chuck Berry e suas peripécias com menores de idade? – (ouça Sweet little sixteen!).
Mal sabiam eles que os tempos seriam outros, onde Lou Reed, mais um roqueiro radical em atitude, se casaria com um travesti. Ou Marilyn Manson que num arrojo de contestação, dizem as más línguas, retirou uma das próprias costelas para, ainda segundo as más línguas, praticar sexo oral consigo mesmo.
Outro precursor do ritmo também foi rechaçado por tentar “sair do armário”: Little Richard. Preferiu, ao invés de assumir sua homossexualidade, entrar para a religião protestante a pedir ao outro (a) que saísse de seu corpo que não o pertencia.
Até Elvis Presley, embora tentasse, nunca se manteve tão radical. No princípio era até chamado de Elvis – The Pélvis, dado o provocante rebolado, tendo aparecido no programa de televisão focalizado apenas da cintura para cima. O que será que pensaria dos bailes funks realizados hoje nas grandes capitais do Brasil?
E retomando a questão capilar, Elvis Presley teve até que se alistar no exército e “tosar” seu topete, tudo por imposição de um empresário, o Coronel Parker. O Rock até que tentava ser contestador e radical, mas quase sempre esse freio já era acionado pelos empresários dos roqueiros, tema para mais um capítulo.
   Se você perguntar para um cabeludo de hoje porque ele deixa o cabelo comprido ele responderia: “ ora, é pra agitar”. Mas se fizéssemos essa mesma pergunta para um cabeludo dos idos 1960 ele te responderia que é um protesto que ele encontrou para ir de encontro aos soldados americanos que raspavam as cabeças e empunhavam armas na desculpa de estarem servindo a pátria e matando milhões de inocentes.
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   Os negros também encontraram na música uma forma de expor toda a contestação, sobretudo no tocante aos valores raciais.
Você já deve ter ouvido falar de um ritmo chamado Break. Pois é, os negros utilizavam vários passos curiosos ao dançarem como aquele em que se apoiam com a cabeça e giram as pernas para cima. Segundo os antropólogos da música, tal movimento também fazia uma alusão aos helicópteros que se aproximavam do Vietnã, Laos e Camboja depositando lá de cima o mortal napalm.
Sem contar os enormes cabelos black power, étnicos, maravilhosos, construidores de identidade cultural e individual dentro de uma sociedade de consumo opressiva e deprimente.
   Aqui no Brasil o rock nem sempre foi visto com bons olhos e se hoje sua tia ouve a Rita Lee ou você liga o rádio e escuta guitarra num samba, saiba que a coisa nem sempre foi tão democrática assim. 
Pra se ter uma ideia do quanto a guitarra elétrica causou barulho, a denominação MPB só apareceu para diferenciar das demais músicas que se fazia na época, ou seja, os rocks tocados pelo pessoal da Jovem Guarda. (Naquela época ninguém o conhecia por rock, era conhecido (traduzido) aqui como iêiêiê).
Talvez o episódio mais patético que tenha acontecido nesse período foi uma passeata em São Paulo de vários artistas contra o uso da guitarra elétrica na música brasileira. Até Gilberto Gil estava lá.
   E você pode até discordar, mas a primeira grande canção de protesto de nossa terrinha foi sem sombra de dúvida Asa Branca interpretada por Luiz Gonzaga, um verdadeiro heavy metal que de tão popular foi motivo de uma brincadeira aprontada por Carlos Imperial, um papa na propaganda de novos ídolos dizendo que os Beatles gravariam Asa Branca no Álbum Branco.
Podem até não ter gravado, mas não seria surpresa se fizessem, afinal Rod Stewart plagiou uma canção de Jorge Ben, Sid Vicious gravou Sinatra, Ozzy Osborne teve seu próprio reality show.... É um mundo estranho, vamos tentar definir o rock, a postura rock.
Ter uma postura contestadora criou o eterno slogan do rock: “sexo, drogas e rock’n roll”. Lema que é mais forte em certos roqueiros que em outros, uns mais pra drogas, outros sexo, alguns nem rock. Como no caso de nosso tupiniquim Cazuza, que declarou estar numa banda de rock por acaso. Na realidade Cazuza é um exemplo puramente brasileiro de outro slogan do rock: “viva rápido e morra jovem”. Com muito sexo, muitas drogas e pouquíssimo rock. De fato, algumas canções de Cazuza são Bossa Nova, românticas, o roqueiro Cazuza gravou até Cartola - ícone máximo do samba carioca. Estava e ainda está muito à frente de seu tempo.
A contestação como marca do rock está presente em todos os anos 60, 70, 80, 90, talvez se arrefeça agora com a onda do politicamente correto.
Afinal, entre lendas e verdades, a onda de absurdos que ocorreram em palcos é vasta: Jim Morrison se masturbando, Ozzy Osborne mastigando um morcego, John Lennon pedindo que o público dos lugares mais baratos aplaudissem e o de lugares mais caros chacoalhassem as joias, o Kiss pisando em pintinhos de galinha, Renato Russo instigando um quebra-quebra no meio de um show, Amy Winehouse agredindo um fã, Marcelo D2 fumando maconha a público aberto; isso e o que se passava em hotéis, aeroportos, ônibus, aviões, turnês interrompidas, até assassinatos cometidos (há o famosíssimo caso do Sid Vicious do Sex Pistols), ou sofridos (Marvin Gaye morto pelo próprio pai) .
A lista pode crescer muito mais se esticarmos o comportamento roqueiro à sua vida. Pois são famosas as orgias organizadas pelo Led Zeppelin após os shows, no filme produzido pelo Kiss “Detroit Rock City” a própria banda faz questão de ressaltar o caráter sexual da vida roqueira ao mostrar um fã invadindo os bastidores e perceber que seus integrantes participam de orgias antes e após os shows, há uma história curiosa sobre Os mutantes, a pioneira banda roqueira tupiniquim, numa das loucas atitudes roqueiras deram LSD para um cachorro que vivia solto na vizinhança, roubaram uma estátua de um cemitério. Caetano Veloso pelado na capa do disco “Jóia”.
Durante muito tempo o rock esteve ligado ao comportamento desregrado e os músicos, produtores e empresários faziam questão de reafirmar este estilo de vida, pois é o que vendia mais e gerando lucros, pouco importava se o próprio músico servisse de lenha para a fogueira pop.
Nesta bagunça do que seja ou não contestação o próprio Bob Dylan, o primeiro grande contestador do rock começou a contestar o próprio rock, desenvolvendo uma música com letras religiosas, buscando uma solução metafísica para o caos roqueiro, não à toa Dylan tenha desaparecido por um bom tempo da mídia, na realidade seu retorno pede mais questionamentos, veio para o Brasil em 2010 e 2012 com show custando até mil reais o ingresso. Mas essa é outra contestação. Dylan fez mais pelo rock, sem fazer rock, do que qualquer outro roqueiro de carteirinha jamais fez.
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Foi Renato Russo que não permitiu que sua Legião Urbana se apresentasse no festival Holywood Rock, por se sentir por demais hipócrita em cantar o que cantava com um maço de cigarros Holywood estampado nas suas costas no palco. O mesmo Renato Russo que cantou uma canção do Menudo num momento de descontração no acústico para...  a MTV. Vá saber o que seja contestação hoje em dia. Pelo menos ele não há nenhuma imagem sua pedindo a benção para nenhum integrante da máfia do dendê. Isto sim atitude imperdoável.
O fato é que surgiu por volta dos anos 70 um novo conceito para classificar os roqueiros. Havia os de verdade e, segundo alguns xiitas do rock, havia os traidores do movimento.
Esses traidores seriam os que tinham suas músicas executadas nas rádios, vendiam milhões de cópias de discos, tocavam em festivais patrocinados por grandes companhias de cigarro e bebida, no Brasil os traidores do movimento eram conhecidos por participarem dos programas de TV da rede Globo.
O simples fato de uma banda mudar o seu estilo musical poderia ser considerado por fãs, que encaravam o rock como uma arma de contestação, uma forma de traição. Havia uma camisa de força que prendia os músicos, o público pedia muito mais aos roqueiros que apenas rock. Tanto que bandas com musicalidade punk como Os titãs, Ultraje a rigor e outras tantas, não eram consideradas punks por punks, assim como ícones internacionais do movimento como Ramones e Sex pistols, consideradas por demais pop para o que fosse, ou o que é um punk.
Afinal, o que é um punk?
Talvez um cara sem dinheiro para comprar o shampoo que o riquinho comprava. Não ganhava os mesmos brinquedos dos pais, se é que ganhava algum. Desta maneira podemos ver que está tudo conectado: a música do menino da periferia seria, nos anos 70, a música punk, pois com apenas três acordes na guitarra saíam músicas atrás de músicas, ao contrário das complexas canções metaleiras.
O que isso tem a ver com cabelo, contestação, rock, trair o movimento, titãs e iê iê iê? Tudo. Talvez até com o rap, pois se o jovem da periferia dos anos 70 não tinha dinheiro para aprender a tocar, por isso músicas simples, o jovem negro dos 80 não tinha dinheiro nem para instrumentos musicais, isso explica o rap se apoiando em seu principal instrumento: a voz. Se formos mais longe isso explicaria até o funk carioca que assombra as mamães de família protetoras da virgindade das filhinhas.
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Roupas rasgadas só se transformam em estilo porque o dinheiro é curto na casa de um menino da Freguesia do Ó. A necessidade é a mãe da invenção, é claro que um menino rico do centro olhou para a roupa do ferrado da periferia e achou bacana, e quis pra ele também.
Até foi ao show de música punk da banda do menino da periferia, até comprou a fita k7 da banda, até leu o fanzine distribuído na porta e até montou uma banda para ele também, e com o apoio dos pais comprou instrumentos legais, aprendeu a tocar com um professor de música, foi aos shows das bandas punks internacionais que visitaram o Brasil, gravou um LP e foi à rádio de um amigo do pai que pagou pra música do filho tocar.
Fez sucesso. Vendeu milhares, talvez milhões de discos. Começou a ser conhecido como o poeta de uma geração, mas nunca mencionou que se não fosse aquela ferrada banda punk, suja e pobre e com mínimos recursos da periferia, jamais sua história teria acontecido.
Com o rap é a mesma coisa, assim como os hippies.
Entender a história do rock e o próprio rock é entender que tudo faz parte da história da cultura humana e dentro de tal história, tudo faz parte de um mecanismo que é interessante entender. Porque ser roqueiro, ao contrário do que o senso comum quer fazer seus pais pensarem, é ser um intelectual. Desde Bob Dylan, John Lennon e Jim Morrison que é assim.
E você lendo este livro só reforça essa afirmação. Nunca vi um pagodeiro indo a um pagode com um livro nas mãos, nem um cantor sertanejo indicar uma boa leitura para o fim de semana, mesmo sendo chamado de sertanejo universitário.
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Ou mesmo essa conversa de defesa apaixonada ao movimento, parece coisa de futebol, amor ao time do coração. Pode ser, o roqueiro veste a camisa da banda assim como o torcedor veste a do time, com a diferença de que o torcedor perde feio em se tratando de qualidade de espetáculo, raramente um apaixonado por certa banda volta infeliz de um show como o torcedor do Corinthians voltando infeliz das semifinais da libertadores.
Porém o rock está muito além de apenas paixão e revolta vazia. Ele tem em sua história a tentativa de soluções de problemas, busca reivindicar soluções, alterar rumos e não estou falando aqui do Rock’n Rio “Por um mundo melhor”, nem de qualquer outro festivalzinho temático, estou falando de quebras de preconceitos reais, luta por um fim a guerras como a do Vietnã.
É isso mesmo meu querido leitor roqueiro escutador de “Restart”, esses meninos embora empunhem guitarras e gritem como doidos, estão mais para boy bands que para roqueiros de verdade. O verdadeiro roqueiro tem de ter uma postura, tem de contestar algo, alguém, mesmo a si próprio.
E você meu outro querido leitor escutador de Jefferson Airplane, deixa os meninos pensarem que foram eles (o Restart) que inventaram o cabelo comprido, a roupa colorida, a rebeldia sem causa, ou o bom mocismo idiota. Há muito mais rebeldia hoje em um download ilegal que no acendimento de um baseado. Foi Zeca Pagodinho quem apoiou a venda de CDs piratas, seus próprios discos.
Zeca Pagodinho postura rock? Acho que já estou forçando a amizade. Para o próximo capítulo, por favor. O tema será justamente este: Postura rock.

 (Do projeto "Manual do rock para as novas e velhas gerações" de Fábio Sant'Anna e Mauro Marcel)

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