sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Proteção às mulheres

Resultado de imagem para metrô vagão feminino                No começo foi pedido que as mulheres evitassem a praia em determinados horários, as próprias acataram a recomendação pois sabiam ser melhor para elas próprias. Certos homens não sabem se comportar perto do sexo oposto, então é necessário tomar muito cuidado e cuidar bem do sexo que não é frágil e merece respeito.
                Alguns meses depois uma mocinha muito linda foi atacada num sábado à tarde no ponto oeste da praia, houve muito debate sobre quais razões levaram tal fato a ocorrer, constataram que certos homens não sabem se comportar perto do sexo oposto, então é necessário tomar muito cuidado e cuidar bem do sexo que não é frágil e merece respeito.
A medida tomada foi, primeiro pedir que as mulheres não fossem à praia aos sábados naquele horário, depois que não frequentassem mais àquela praia. Tudo com o objetivo de auxiliar o convívio e garantir a segurança.
Resultado de imagem para metrô vagão feminino                Meses depois outras praias seguiram o mesmo modelo e quando alguns grupos feministas passaram a se sentir ofendidos por não terem acesso ao mar em determinados lugares eis que uma ideia maravilhosa ocorreu e dividiram as praias em masculinas e femininas, alguns casais se ofenderam, não poderiam mais surfar e construir castelos de areia juntos, mas sabe como é certos homens não sabem se comportar perto do sexo oposto, então é necessário tomar muito cuidado e cuidar bem do sexo que não é frágil e merece respeito.
                No caminho para a praia feminina uma senhora foi atacada, um imbecil passou as mãos em seus seios abrindo margem a um novo debate: o perigo não estava apenas na praia, certos homens não sabem se comportar perto do sexo oposto, então é necessário tomar muito cuidado e cuidar bem do sexo que não é frágil e merece respeito. Os ônibus foram separados, assim como os vagões de metrô, trens, qualquer forma de transporte público.
                No dia seguinte a esta sábia decisão governamental uma Inteligência superior percebeu que as mulheres andando de bicicleta poderiam ser interpretadas como um convite a qualquer tipo de assédio, assim como estar numa praia tomando banho de mar, ou quem sabe, sei lá deus, sem companhia no transporte público. As bicicletas foram proibidas às mulheres tudo porque certos homens não sabem se comportar perto do sexo oposto, então é necessário tomar muito cuidado e cuidar bem do sexo que não é frágil e merece respeito.
Resultado de imagem para mulher com véu                Voltando pra casa uma senhora foi atacada lá pelas tantas da madrugada e foi o suficiente para um novo debate, este um pouco mais complicado, mas de solução bem mais imediata e sensata: proibiram às mulheres de andarem sozinhas no meio da noite. Tudo bem se acompanhadas por um filho maior de idade, ou pelo marido. Afinal era dever do estado protegê-las e como se sabe certos homens não sabem se comportar perto do sexo oposto, então é necessário tomar muito cuidado e cuidar bem do sexo que não é frágil e merece respeito.
                Mesmo assim uma mulher já de idade, ao lado de sua filha foram estupradas por outro imbecil em plena luz do dia no subúrbio de uma grande capital de estado. As autoridades ficaram em polvorosa e muito foi discutido: certos homens não sabem se comportar perto do sexo oposto, então é necessário tomar muito cuidado e cuidar bem do sexo que não é frágil e merece respeito. Às mulheres foi proibido o acesso a qualquer lugar se não estivessem acompanhadas de alguém do sexo masculino, foi difícil isto, algumas se revoltaram, mas o estado precisava protegê-las e garantir sua segurança e bem-estar. Eram chamadas de traidoras, objetificadas e burras.
                Um grupo anti-proibição surgiu exigindo que bastava que às mulheres fosse liberado o porte de arma, mas cabe apenas ao estado o monopólio da violência, assim como está na constituição federal, assim como também está que todos têm direito a proteção. O estado deve proteger seus cidadãos e principalmente cidadãs, certos homens não sabem se comportar perto do sexo oposto, então é necessário tomar muito cuidado e cuidar bem do sexo que não é frágil e merece respeito.
                Muitas adaptações foram feitas nas rotinas de todas as pessoas: espaços de trabalho divididos, igrejas, calçadas. Proibiram as mulheres de utilizar as piscinas públicas. Teatros segregados, profissões em que as mulheres eram assediadas culturalmente foram proibidas. Certos homens não sabem se comportar perto do sexo oposto, então é necessário tomar muito cuidado e cuidar bem do sexo que não é frágil e merece respeito.
                Até que alguém teve uma grande ideia, o problema não era de certos homens, ou de todos os homens. O problema era da mulher que trazia em si a origem de todo o mal. Então as soluções começaram a ser aplicadas, lógico, após muitos debates e deliberações. Foi decidido que toda mulher deveria fazer uso de um lenço na cabeça ao sair na rua e caso não fosse casada ou tivesse filhos também dentro de casa. Isto tudo foi muito bem engendrado e organizado, tratou-se do Plano Nacional de Proteção à Mulher. No segundo ano, após a adaptação ao uso do lenço as mulheres teriam de vestir uma saia comprida que lhes cobrisse os tornozelos, no ano seguinte uma blusa escura levando em conta que os decotes já haviam sido extintos na época da proibição das bicicletas, depois por fim um singelo chapéu que descia do topo da cabeça até o queixo com uma linda rede escura possibilitando que a protegida pudesse olhar o mundo ao seu redor, o tamanho do chapéu aumentaria progressivamente até atingir a altura dos tornozelos.
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                Após o cumprimento da primeira fase do Plano Nacional de Proteção à Mulher deu-se início a fase dois: proibiu-se que as mulheres cortassem seus cabelos, depilassem suas pernas, usassem perfume e se locomovesse por qualquer lugar desacompanhada.

                A fase três do Plano está em debate. Estão debatendo a possibilidade da castração dos genitais femininos. Grupos de defesa dos direitos humanos são contrários a esta atitude exagerada, mas os apoiadores de tal medida nem se lembram mais porque tudo começou e apenas repetem que certos homens não sabem se comportar perto do sexo oposto, então é necessário tomar muito cuidado e cuidar bem do sexo que não é frágil e merece respeito e é obrigação do estado proteger e cuidar muito bem de suas mulheres.