
Eu estava lá, ainda que na metade dela, mas podia ouvir do ventre Creedence Clearwater Revival cantando Have You Ever Seen the Rain...
O Brasil foi campão mundial no futebol já no início da década. E o Corinthians paulista sairia do jejum de títulos depois de 23 anos e alguma coisa... em 1977...

Tem gente que diz ver fantasma do Edifício Joelma até hoje, e do Andraus idem.
Os sambistas não usavam terno salmão nem pintavam o cabelo de amarelo, mas exaltava o verde-amarelo nas músicas como Aquarela Brasileira de Martinho da Vila ou Charlie Brown de Benito de Paula.
Tinha até sambista mulher, como Clara Nunes, Beth Carvalho e a "marrom" Alcione.

Militar era uma carreira promissora a se seguir. E nas escolas a gente tinha que pintar duas faixas verde e amarelo no canto da página do caderno.
Educação Moral e Cívica era ensinada em sala de aula junto com outra matéria chamada OSPB.
Ninguém ouvia falar de tortura nem de gente desaparecida, coisa que se tornou muito comum três décadas depois.
A discoteca dominava os salões de dança, tanto que Dancin Days, a novela, tornou-se uma coqueluche nacional, trazendo de rabeira gente como Dudu França, Sidney Magall, as Frenéticas, as Patotinhas e essa patota toda...
Tinha muito programa de rádio que era líder de audiência na rádio AM como Gil Gomes, Barros de Alencar, Zé Betio e a Volta do Sucesso.
Mesmo na televisão os programas de TV bregas eram bregas autênticos como Chacrinha, Bolinha e que tais.
A gente calçava Kichute e vestia calça boca-de-sino...
Bebia Groselha vitaminada Milani ou Crush.

Nâo se via nenhuma mulher de bunda de fora apresentando programa infantil, só uns bonecos de uma Vila Sésamo bem mais educativos que qualquer bunda celulítica.
Se nem todos tinham TV o que dizer então de TV a cabo? Assistíamos as séries americanas com uma década de atraso pelo menos, como era com A Feiticeira e Jeannie é um Gênio.

Mas um pessoalzinho se arriscava comprando os "catecismos" de Carlos Zéfiro.
Ter um automóvel confortável era possuir uma Brasília ou mesmo uma TL que mais me lembra uma barata.

Elvis morreu no final da década e com ela o Regime Militar, a discoteca, a crise do petróleo, mas o infame programa Semana do Presidente ficou ainda por alguns anos.
As rádios FMs surgiram e com elas a música de elevador.
É claro que ainda temos resquícios desses anos de chumbo, como A Voz do Brasil, alguns politiqueiros dinossauros, Sílvio Santos, o discurso de o Brasil ser o país do futuro e coisas do gênero.
Quem sabe daqui a alguns anos possamos nos orgulhar de
tentarmos congelar essas imagens...
Nenhum comentário:
Postar um comentário