O mundo não acabou com o bug do
milênio, um asteroide não nos atingiu, os Testemunhas de Jeová erraram e feio.
O Brasil foi penta campeão do mundo
numa copa oriental que aconteceu de madrugada e não empolgou tanto quanto a de
1994.
O futebol brasileiro perdeu sua hegemonia no
mundo.
Muita criança ficou chateada porque
interromperam o Dragon Ball Z pra falar de um avião que havia se chocado com um
prédio em Nova York.
Na realidade foram dois aviões, o
segundo foi ao vivo e todo mundo viu, também ao vivo, as duas torres desabando
com a narração de Carlos nascimento.
Osama Bin Laden foi caçado, mas virou
a década mais vivo que nunca.
Saddam Hussein não deu a mesma sorte,
foi morto enforcado e transmitido via youtube, outra novidade da década: um
site que passa vídeos infinitamente.
Começaram os hits da internet. Melhor
que a década anterior quando as pessoas enviavam pelo email os horrorosos
powerpoints com ursinhos fofinhos, crianças fofinhas, gatinhos fofinhos, ou
piadas horrorosas e virais. Sem contar as pavorosas correntes que amaldiçoavam
quem não repassasse, porque o fulano não repassou e quinze dias depois o pai, a
mãe, o irmão, morreu...
Paramos de gastar dinheiro com CDs
originais e passamos a comprar CDs piratas sem nenhum remorso, paramos de
comprar CDs piratas e passamos a fazer CDs em casa.
Paramos de ouvir CDs e descobrimos a
extensão MP3. Num pequeno aparelho, do dia pra noite, passaram a caber mais de
mil canções.
Todo mundo aprendeu o que é um
pendrive.
Muita gente virou fã da Apple.
Todos esperavam o próximo escândalo da
Britney Spears.
Era moda ter Orkut e pertencer a
comunidades ridículas do tipo: “cago e não limpo”, “odeio meu patrão” e “sou
gostosa e daí?”...
As imagens passaram a ser Full HD.
Lula foi o presidente da década quase
toda.
Um negro terminou a década presidindo
os Estados Unidos.
South Park deixou de ser um desenho
idiota e passou a ser uma série inteligentíssima.
Bob Esponja fazia o sucesso da
molecada com desenhos inéditos.
As manhãs globais ficaram bizarras com
a Ana Maria Braga e seu “acorda menina”.
Teve um show gratuito dos Stones em
Copacabana e eu não fui.
Na retomada do Rock’n Rio o cantor
Carlinhos Brown, que não tem nada a ver com rock, assim como o próprio Rock’n
Rio, levou várias garrafadas do público ao se apresentar no palco principal
pouco antes da péssima apresentação do Guns’n Roses.
Era moda relembrar os anos 80 e ir a
festas temáticas com decoração de Moranguinho, Smurfs, Fofão. Ouvir Sidney
Magal e Reginaldo Rossi.
Sérgio Malandro passou a ser cult.
O ritmo Black começou a assombrar as
rádios de São Paulo, só não se pode reclamar muito porque na década seguinte o
assombro veio através de coisas muito piores.
Todos cantavam com o Akon a horrorosa “lonely I'm so lonely I got nobody
to call my own”. Se
não lembra, não vá atrás, essa música fica na cabeça e não sei nem ferrando.
Acompanhamos com o coração na mão o
último episódio de Friends, a série mais popular de todos os tempos e icônica
dos anos 90.
As videolocadoras deram seu último suspiro.
A TV a cabo se popularizou.
A internet ficou mais rápida.
O termo Classe C foi cunhado pela
mídia e a frase “nunca antes na história desse país” foi repetida à exaustão.
A 89, rádio rock de São Paulo se
transformou em 89, rádio pop de São Paulo. Meu Deus do céu.
As novelas eram Mulheres apaixonadas,
América, O clone e Celebridade.
No cinema os filmes de heróis de
quadrinhos vieram com tudo trazendo a alegria para os fãs de Homem Aranha,
X-men e Homem de Ferro.
Black eyed peas foi uma das maiores
bandas da década.
A MTV deixou de ser um canal de
música.
A Rede TV substituiu a Rede Manchete
um mês antes do início da década.
Além de assistir ao Silvio Santos,
Faustão e Gugu o povo começou a assistir ao Pânico na TV e a repetir como um
bando de idiotas os bordões tipo “Ronaldo!” e as ridículas perseguições ao
Clodovil, Carolina Dieckmann etc. e sandálias da humildade.
Celular deixou de ser artigo de luxo e
não mais ridículo atender celular dentro de ônibus coletivo.
Câmeras digitais entraram na moda.
Alguém já comprou uma Tekpix?
Crimes foram espetacularizados e
pessoas estranhas entraram em nossa vida via meios de comunicação de massa:
Isabela Nardoni, Eloá, Suzane Von
Richthofen, irmãos Cravinhos, Eliza Samudio, Mércia Nakashima...
Supla
e Bárbara Paz brilharam na Casa dos Artistas no SBT, com Silvio Santos.
Houve
vários BBBs e nenhuma autocrítica por parte do Pedro Bial que de repórter
brilhante passou a orador de poemas esquisitões.
As
garagens começaram a se entupir de carros.
Os
seios da Mônica cresceram.
George
Harrison morreu.
Nando
Reis saiu dos Titãs.
Chico
Xavier morreu e no dia do penta.
Finalmente
os Simpsons lançaram um longa-metragem.
Seu
Jorge gravou um disco improvável com a Ana Carolina.
Gugu
saiu do SBT pra fazer a mesma merda na Record.
As
bandas e cantores internacionais decadentes começaram a aportar por aqui e
cobrar uma fortuna pra assistirmos aos seus shows. E nós? Pagamos.
O
que se há mais a dizer?
O que se há mais a dizer??? Absolutamente nada. Tudo o que existe já foi dito. Todo mundo anda cheio de opiniões e fazem questão de berrá-las aos quatro cantos da banda larga. Acho que está na hora de nós calarmos a boca...
ResponderExcluirAbraços.
Quando eu perguntei se havia algo a dizer me referia a algo referente a década que eu esqueci.
ResponderExcluirO seu eu-virtual tá muito nervosão... kkkkkk