sábado, 22 de junho de 2013

Estupidismo em ação

Papa Doc
Getúlio Vargas

Baby Doc

Mussolini


Geisel







Hitler






Stalin










Costa e Silva













Todos os figuras acima têm algo em comum:
-Cantavam o hino nacional fielmente.
-Colocavam os jovens nas ruas aproveitando sua paixão e revolta, comum à juventude.
-Pregavam o culto à bandeira de seu país e um nacionalismo ferrenho.
-Eram contra os partidos políticos.
-Foram todos ditadores, fascistas, nazistas, assassinos autoritários que se locupletaram da vontade popular e se fizeram de voz do povo.

Antes de gritar contra os partidos políticos respondam:
-Você participa das sessões abertas da Câmara dos Vereadores da sua cidade?
-A sua cidade tem orçamento participativo? Você participa?
-Quanto tempo por semana você gasta com discussões políticas em família, com os amigos, na fábrica, na empresa, no escritório, na escola, faculdade?
-Você já leu e discutiu a Constituição do Brasil?
-Quem são os vereadores da sua cidade? Os Senadores do seu estado? Os deputados federais e estaduais que te representam?
-O que é uma Democracia Representativa?
-Aposto que algum professor em algum momento, na sua vida escolar propôs ou propõe temas assim para debate. E como ele é recebido? 
-Qual a diferença histórica entre direita e esquerda?
-Qual a diferença entre direita e esquerda no Brasil?
-Por que o vice do Alckmin é ministro da Dilma? (Quais relações políticas levaram a isso?)
-O que levou o Brasil por este caminho imbecil, este fracasso do poder público, esta crítica acéfala?

            Sou a favor da luta por igualdade social e perdi a conta de quantas vezes fui às ruas gritando por meus direitos. Não sou um neo-brasileiro como os que vejo por aí. (O Brasil acordou?) O que vejo é uma turba descontente guiada pelos clamores da casse média, a mesma classe média fascista que gritava Anauê no início do século passado, o Integralismo paulista em ação. 
            Se avizinha um golpe. 
            O mesmo que de forma "popular" varreu do cenário político Fernando Lugo no Paraguai. 
            Querem varrer as conquistas sociais dos últimos anos pra debaixo do tapete (não venham me chamar de conformista ou petista: eu sou testemunha da história, sei como era o Brasil da minha infância, da minha adolescência, sei como é o Brasil de agora. O PT se prostituiu, mas foi a ferramenta de muitas mudanças severas, mudanças essas que possibilitaram que muitos dos que hoje recebem auxílio do Prouni, por exemplo, possa hoje ir às ruas e queimar a bandeira do PT.).
            Temo muita coisa na ditadura, nasci dentro de uma, sei como funcionam as coisas: sem pensar, sem agir, sem falar. Textos como este que agora escrevo seria um caso de polícia. E eu desapareceria, sou pobre, seria encontrado numa vala comum e misturado a outros ossos. 
            Hoje, você pode discordar de mim, odiar e parar de ler o que escrevo, mas a democracia é como uma represa, um pequeno furo pode levar tudo água abaixo. 
           Percebo uma rachadura nesta represa no grito: Sem partido. Outra rachadura: o hino repetido à exaustão. Outra: as patrulhas ideológicas. Outra: o apoio da mídia. (Não se engane, a imprensa está apoiando - já vi mais de cinquenta mil professores na Paulista e noticiarem dois mil; hoje sessenta pessoas fecham uma rodovia e é noticiado em rede nacional.  Ninguém me falou isso, eu vi).
           As vias democráticas estão abertas, e o que é mais irônico, o que as está fechando são estas passeatas mal dirigidas, mal digeridas, mal finalizadas.
           Mal dirigidas porque ninguém sabe onde vai (metaforicamente e denotativamente).
           Mal digeridas porque não dá tempo de sentir o que se quer, ninguém dá tempo de nada acontecer e já se organiza outra, já se quebram coisas, já se atacam prefeituras constituídas pela vontade do povo, assim como está na Constituição tão defendida por todos (afinal, não estão cantando o hino?).
          Mal finalizadas porque ninguém encaminha nada, nenhuma reivindicação prática, nenhuma proposta de ação. Apenas aproveitadores quebrando e quebrando e se preparando para quebrar mais. Utilizando o povo, novamente, como massa de manobra. A BURGUESIA NÃO ME REPRESENTA.
          Da última vez que instalaram esta atmosfera de medo o Brasil entrou num período de 21 anos de ditadura. Derrubaram um presidente, cassaram os direitos políticos de todos, destituíram o congresso e a população aplaudiu a "Revolução de 64". Aplaudiu sim, poucos lutaram pelo restabelecimento dos direitos, muitos dos que lutavam queriam outra ditadura, copiando o fracassado modelo soviético.
          Espero que não seja o caso. Espero estar totalmente errado. Totalmente louco. Espero estar falando um monte de merda mesmo. Acho que estou. Afinal eu sou o que sou: um grande estupidista.

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