BLOQUEAR A DUTRAA FRUTA
O PORTO
O PARTO
A PUTA
A LUTA
BLOQUEAR A CHUVA
O MIJO
O NILO
A INTERNET
SÓ PRA VER SE ALGUÉM SE MEXE.
Opinião, conto, fotografia, poesia, vídeos, humor, crítica e, principalmente, mas não unicamente, crônicas. Autor: Mauro Marcel - escritor, poeta e professor.
Como tudo no Brasil a Saúde não funciona como deveria funcionar, mas não faz parte de um conjunto de ignorâncias e falta de talento para gerenciar negócios e serviços públicos. Nem se trata de falta de consciência dos gestores públicos. A questão é simples: escolhas.
A educação da população para prevenção é pífia, no Brasil se privilegia o tratamento, não porque nós gostemos de sofrer carregando vírus e bactérias, não é maldade, sai mais caro tratar e as empresas que vendem remédios, tratamentos, hospitais e planos de saúde lucram (e muito) com doenças. Afinal, prevenção não gera dinheiro, o contrário, o economiza.
Não se abrem novos cursos de medicina. Falta de interesse governamental? Talvez. Mas o lobby dos conselhos de medicina impedem que a profissão de médico se popularize. Eles têm o poder de vetar a criação de novos cursos, reduzindo ao máximo o número de médicos, tornando raros esses profissionais, aumenta-se o salário.
Todos deveríamos ganhar mais: professores, médicos, engenheiros, arquitetos, faxineiros, padeiros, todos. Os professores recebiam melhores salários no Brasil há vinte, trinta, quarenta anos. Mas não havia escola para todos, hoje tem. Assim como não há médicos para todos. O raciocínio não é tão difícil de acompanhar. Daí porque os médicos, cursos de medicina, conselhos e etc. são contra a contratação de mão de obra médica estrangeira.
As empresas farmacêuticas também fazem lobby para a utilização de remédios e perpetuação de doenças. Desde os anos 1970 não se descobre um novo antibiótico. De lá pra cá desenvolveram-se remédios de uso contínuo, que geram benefícios e (principalmente) lucros: anticonceptivos, antidepressivos, anti brochismo, cocktail anti HIV, etc.
Vemos este subproduto nos jornais, e torcemos por mais hospitais. Como se um prédio novo resolvesse toda a questão da saúde pública: nem prédios, nem aparelhos, nem remédios. Para o sistema funcionar é necessário uma mudança de foco: investimento em saúde preventiva, médicos de família, educação (nas escolas e fora delas), investimento em pesquisas de saúde preventiva e, a curto prazo, a contratação de médicos estrangeiros e criação de cursos de medicina nas periferias e interior do Brasil, popularizando a profissão de médico e com salários maiores aos que trabalham em locais de acesso complicado.| Baby Doc |
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Pois bem, gostaria de compreender o que se passa, tenho minhas opiniões e ao longo de uma semana de meu último artigo neste blog, algumas coisas mudaram em minhas opiniões, mas o grosso dos meus argumentos continua o mesmo.
Ninguém que se sente incomodado deve calar e aguentar. Mas ser mobilizado pelos meios de comunicação de massa, que estão se apropriando do movimento, é perigoso.
Estava em São Paulo ontem, dia 13/06/2013 e presenciei parte do que aconteceu, portanto me atrevo a dizer que concordo com os protestos contra os altos preços do transporte público, mesmo tendo sido um aumento abaixo da inflação e mesmo sabendo que foi nas mãos de Maluf, Kassab e José Serra que a passagem de ônibus teve os maiores aumentos da história.
A classe média (a de verdade, não "a classe C" pregada pela mídia), bom, a classe média foi às ruas. Mas as reivindicações não se resumem ao preço da tarifa. Esta faixa da sociedade foi a grande prejudicada pelas políticas do governo, ou antes, são as menos prestigiadas: é o pessoal que não recebe subsídio pra comprar casa, paga a escola do filho (nessa escola paga o lanche, o material didático, o uniforme, os passeios), a prestação dos carros, o IPTU altíssimo, não recebe bolsa família, tem que registrar a empregada doméstica, não tem cotas para entrar na faculdade, não tem direito a PROUNI.
Mas também fazem parte do Brasil, essa classe era a queridinha da mídia até o final dos anos 90, com o advento da última década foi trocada pela falácea que é a Classe "C", os programas do governo com o apoio da mídia ajudaram a criar uma consciência coletiva de aceitação, pensávamos todos que estávamos bem, mas nunca estivemos.
O transporte público é um direito e não deveria estar nas mãos de grupos privados, assim como estradas, hospitais, portos, aeroportos, linhas de telecomunicação, tudo o que faz um país grandioso e seu povo mais digno.
Desculpem quem acredita em fadas. Agredidos diariamente dentro de ônibus lotados, com o dinheiro dos impostos gastos aos bilhões em estádios de uma copa feita para ricos ficarem mais ricos a custa de pobres cada vez mais pobres, uma guerra do tráfico acontecendo, "craqueiros" ocupando todo o centro de São Paulo e Rio de Janeiro. E muito, muito mais. Todo mundo quer uma vitrine para 2014. Estou especulando, mas nem falei o nome de ninguém.
Junto ao pessoal que quer um país melhor, luta corretamente. Mas que acaba servindo como lenha da fornalha acesa pela burguesia. Serão queimados com suas boas intenções. 

(ps. sou a favor do Bolsa Família e da situação de bem estar social, mas o que as entidades religiosas estão buscando não tem nada a ver com isso, tem a ver com um pensamento reacionário e retrógrado de todo um setor religioso que não tem nada a ver com a religião que tanto faria bem às pessoas se fosse, de fato, um pensamento religioso.)
Acabo de ler o livro do Lobão e não me contenho em rabiscar algumas linhas a respeito do "polêmico" Manifesto do nada na terra do nunca.
Eis-me aqui lobo mau, convido-o a uma cerveja e como sei que não aparecerá, abro-a aqui e bebo só. Seu gole dou ao santo.
Mas o restante me agradou muito, exceto a sua carta ao Oswald de Andrade, de extremo mau gosto e sem propósito. Mais certo seria uma carta aos péssimos leitores de Oswald, os que o leram e não entenderam nada, e e mesmo assim o interpretaram e passaram adiante de forma feia e tosca. O Manifesto Antropofagista é um deboche e Oswald o via assim, assim como o Macunaíma não pode ser lido como um elogio à preguiça ou displicência. Ambos são o que são: textos literários e, Lobão, com licença, você não faz literatura: manifesto, biografia e música. Aí o nada o beira.
Mas falando do Brasil, concordo com a sua leitura que é óbvia e que ninguém quer comentar, o rei está nu, mas tem muita gente ganhando com isso. Mesmo com a nossa guerra civil particular em que 110 mil mortes violentas não geram atitudes políticas apenas mais programas televisivos violentos mostrando as faces da morte em horário nobre, empresas de segurança, políticos prometendo mudança, traficantes ganhando poder, milhares morrendo, ninguém sendo preso, nem ricos, nem pobres.
Dessa forma caminha seu texto, porque assim é o Brasil. Aprendi muito quando você falou sobre música, a paumolecência do rock nacional. São seus melhores momentos no livro, quando fala sobre música: a cambada do sertanejo universitário. Você sabe do que está falando quando diz o que diz sobre este ritmo (?) e quando discorre sobre a máfia do dendê, a MPBização da música. Nada disso novidade, mas tudo muito certo.
Até eu escrevi um texto sobre isso neste blog "A cabeça do objeto" há uns dois meses tratando do Funk, da farsa dos ritmos universitários. Você acerta no que diz e vai além, põem a coca cola na garrafa e vende. Mais uma prova que você não é o nada: eu falando tive meus parcos leitores, você ganhou uma grana com isso e com o bônus: ninguém pirateia livro no Brasil. Vendeu e vende. Parabéns.
Querer matar a presidência é uma boa, os motivos são corretos, mas já falam disso desde Lincoln, a comissão da verdade deve ser mais discutida, boa sacada. Tem um filme on line chamado "Reparação" que ajuda bastante no debate e outro "O dia que durou 21 anos" que faz um contra ponto. Tudo não tem dois lados, mas vários. Acredito que a esquerda queria um golpe, só não acredito que o golpe da direita foi fruto disso, há documentos que provam o contrário.
Quem vai indenizar as mães que perderam seus filhos nas chacinas semanais dos anos 90?![]() |
| Capa de Élio Moreno para "A cabeça do objeto" |