quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Dissertações argumentativas: Lei da palmada


      Quando o Estado deve interferir. 
         Há muito se dizia que dentro de sua casa o homem é rei, e sabendo historicamente o que um rei pode fazer a seus súditos, é de pensar se esta máxima ainda é válida na sociedade em que o absolutismo está há muito ultrapassado. O estado deve interferir sim quando os pais abusam de suas prerrogativas paternas e agridem física e moralmente seus filhos.

      A constituição federal prevê que o Estado tem o monopólio da violência, isto é, apenas as autoridades representativas eleitas pelo voto podem decidir se uma pessoa pode ser ou não agredida, em resposta a um assalto com troca de tiros por exemplo. Ou numa passeata em que os Black Blocks saiam da linha. Nos dois casos citados seriam respostas violentas a comportamentos violentos e o Estado responde por isso, daí mídia, juristas, sociedade civil e outras formas de controle poderem avaliar se as respostas foram exageradas ou não.
      Também é importante ressaltar que os pais são o principal modelo para os filhos, daí que cada atitude tomada será ostensivamente copiada sabendo que o ser humano aprende por repetição, ora, comportamentos violentos gerarão mais comportamentos violentos, porque desenvolve-se uma cultura na qual se acredita que é correto a agressão para educação. Isto não pode acontecer, pois já passamos há muito desta fase. Ninguém mais aceitaria palmatórias em salas de aula, puxões de orelha, guilhotina como forma de punição a traidores políticos, apedrejamento a prostitutas e muitos outros castigos aceitáveis em outros tempos, mas que devem ser abolidos conforme a sociedade avança em conhecimento e sabedoria.
     Os partidários da visão reacionária que prega que os filhos devem ser surrados alegam que é cultural, chegam a citar a bíblia para fundamentar seus argumentos, porém um livro escrito há tanto tempo não pode servir de base para tudo o que é feito hoje, lembrando que a bíblia diz que não se deve comer carne de porco, que o homem deve assumir a esposa do irmão em caso de sua morte e outros costumes que ficaram para trás.
     Assim o Estado, através de suas instituições: Conselho Tutelar, escolas, polícia, saúde pública. Deve adentrar a escala privada sempre que houver abuso aos que precisam. As crianças devem ser protegidas, inclusive de seus próprios pais, quando estes não zelarem pelo bem estar físico e psicológico de seus filhos e os pais devem ser orientados através de uma política educacional de Estado que vise a real qualificação do poder paterno, sem surras, sem palmadas, mas com firmeza, carinho e amor.

Por Mauro Marcel

Um comentário:

  1. Acho que você apanhou pouco quando criança e por isso fica aí cheio de idéias!!! E você só é contra assumir a esposa do irmão porque você é irmão do seu irmão e não do marido da Gisele Bundchen

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