Há muito se dizia que dentro de sua casa
o homem é rei, e sabendo historicamente o que um rei pode fazer a seus súditos,
é de pensar se esta máxima ainda é válida na sociedade em que o absolutismo
está há muito ultrapassado. O estado deve interferir sim quando os pais abusam
de suas prerrogativas paternas e agridem física e moralmente seus filhos.
A constituição federal prevê que o Estado
tem o monopólio da violência, isto é, apenas as autoridades representativas
eleitas pelo voto podem decidir se uma pessoa pode ser ou não agredida, em
resposta a um assalto com troca de tiros por exemplo. Ou numa passeata em que
os Black Blocks saiam da linha. Nos dois casos citados
seriam respostas violentas a comportamentos violentos e o Estado responde por
isso, daí mídia, juristas, sociedade civil e outras formas de controle poderem
avaliar se as respostas foram exageradas ou não.
Também é importante ressaltar que os pais
são o principal modelo para os filhos, daí que cada atitude tomada será
ostensivamente copiada sabendo que o ser humano aprende por repetição, ora,
comportamentos violentos gerarão mais comportamentos violentos, porque
desenvolve-se uma cultura na qual se acredita que é correto a agressão para
educação. Isto não pode acontecer, pois já passamos há muito desta fase.
Ninguém mais aceitaria palmatórias em salas de aula, puxões de orelha,
guilhotina como forma de punição a traidores políticos, apedrejamento a
prostitutas e muitos outros castigos aceitáveis em outros tempos, mas que devem
ser abolidos conforme a sociedade avança em conhecimento e sabedoria.
Os partidários da visão reacionária que
prega que os filhos devem ser surrados alegam que é cultural, chegam a citar a
bíblia para fundamentar seus argumentos, porém um livro escrito há tanto tempo
não pode servir de base para tudo o que é feito hoje, lembrando que a bíblia
diz que não se deve comer carne de porco, que o homem deve assumir a esposa do
irmão em caso de sua morte e outros costumes que ficaram para trás.
Assim o Estado, através de suas
instituições: Conselho Tutelar, escolas, polícia, saúde pública. Deve adentrar
a escala privada sempre que houver abuso aos que precisam. As crianças devem
ser protegidas, inclusive de seus próprios pais, quando estes não zelarem pelo
bem estar físico e psicológico de seus filhos e os pais devem ser orientados
através de uma política educacional de Estado que vise a real qualificação do
poder paterno, sem surras, sem palmadas, mas com firmeza, carinho e amor.
Por Mauro Marcel
Por Mauro Marcel
Acho que você apanhou pouco quando criança e por isso fica aí cheio de idéias!!! E você só é contra assumir a esposa do irmão porque você é irmão do seu irmão e não do marido da Gisele Bundchen
ResponderExcluir