sábado, 25 de maio de 2013

Mexeu com uma mecheu com todas...

Cartazes da Marcha das Vadias, na praça do Ciclista, na avenida Paulista, em São Paulo Leia mais
Vim chamar a atenção pra "Marcha da Vadias". Concordo com a causa, as mulheres não vieram de costela de marmanjo, nós é que viemos do útero lindo e maravilhoso delas. Mas, vadia ou não, um pouco mais de aula de ortografia não faria mal a ninguém, afinal MEXEU COM UMA MEXEU COM TODAS!!!

2013

falta o silêncio
e ser menos idiota

nos falta
o nó que aqui brota

que falta faz
a angústia que não se tem

o pão
o circo
o mico

sempre o sim
nunca o não
sempre o amém

que falta faz você aqui também

domingo, 19 de maio de 2013

Uma pequena verdade sobre mim






Deixei de me preocupar com questões existenciais depois que comecei a me questionar sobre o preço do pão.

Os cinquenta maiores clássicos da história do rock no Brasil

É claro que na opinião deste escutador música aqui. Mas a falta de uma lista nacional é tão ostensiva que esta pode servir de base para outras. Então? Quais são seus clássicos nacionais? Estes abaixo são os meus...   
1. Let me sing let me sing – Raul Seixas
2. Quero que vá tudo pro inferno – Roberto Carlos
3. Panis et circenses – Os mutantes
4. Eu quero é ver o oco – Raimundos
5. Festa de arromba – Erasmo Carlos
6. Orgasmatron – Sepultura
7. Manguetown – Chico Science & Nação Zumbi
8. Homem na estrada – Racionais MCs
9. Gita – Raul Seixas
10. Núcleo base – Ira!
11. Polícia – Titãs
12. A gente somos inútil – Ultraje a rigor
13. Crucificados pelo sistema – Ratos de porão
14. Terra de gigantes – Engenheiros do Hawaii
15. Pânico em SP – Inocentes
16. Primeira canção da estrada – Sá, Rodrix e Guarabyra
17. Rádio Blá – Lobão
18. Ideologia – Cazuza
19. Mantenha o respeito – Planet Hemp
20. Alagados – Os Paralamas do Sucesso
21. Uma banda made in Brazil – Made in Brazil
22. Pense dance – Barão Vermelho
23. Ovelha negra – Rita Lee
24. Rádio Pirata – RPM
25. Balada do louco – Os Mutantes
26. Eu não matei Joana D’Arc – Camisa de Vênus
27. Música Urbana – Capital Inicial
28. Você não soube me amar – Blitz
29. Carolina IV – Angra
30. Indignação – Skank
31. Capetão 66.6 FM – Pato Fu
32. Malandragem – Cássia Eller
33. Camila Camila – Nenhum de nós
34. Roots bloody roots – Sepultura
35. Reza vela – O rappa
36. Que país é este – Legião Urbana
37. Rua Augusta – Ronnie Cord
38. Rock de subúrbio – Garotos podres
39. Mandando bronca – Pavilhão 9
40. Jumento Celestino – Mamonas Assassinas
41. Sangue latino – Secos e molhados
42. Só pra te comer – Velhas virgens
43. Toda forma de amor – Lulu Santos
44. Quinta-feira – Charlie Brown Jr.
45. Jesus numa moto - Sá, Rodrix e Guarabira
46. Garotos II – o outro lado – Leoni
47. Meu erro - Os paralamas do sucesso
48. Comida – Titãs
49. Reciclagem – Zé Geraldo

50. São Paulo – 365


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Bolsa crack, by Fábio Sant'Anna

Lançamento do livro A CABEÇA DO OBJETO (teaser)

EM BREVE:

A CABEÇA DO OBJETO e outras pedradas

O novo livro de Mauro Marcel.
Em breve.


Trecho de "A cabeça do objeto"
                       [...]
 -Tá vivo, eu sou enfermeiro, dá pra sentir bem fraquinho o peito dele.
 -A gente tá com falta de ambulância pra atender toda a cidade, tá com falta de bombeiro, com falta de médico, com falta de tudo quanto é tipo de coisa; já liguei e desloquei uma porrada de gente que podia estar cuidando de outra coisa, mas agora vão investigar quem matou a porcaria desses dois mendigos. Não me ensina a fazer o meu serviço, não me ensina! O moleque vai morrer logo, não tem salvação, só vai custar gasolina, tempo, desperdício, puro desperdício.
 -Ele tá falando alguma coisa.
 -Abaixa pra escutar!
 -Ele tá morto.
 -Deve ser o último suspiro.
 -Ele vai morrer.
 -Ele já tá morto.
 -Escuta!

 -Fala menino, o que você quer?
           [...]

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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Os cinquenta maiores clássicos do rock de todos os tempos

         


 Este blog tem muito de rock, então eis aqui uma lista de indicações do que há de melhor no rock, aceito sugestões do que falta, do que sobra, e claro, justificativas, pois as minhas justificativas estão em cada acorde das canções abaixo.


1. (I can’t get no) Satisfaction – Rolling Stones
2. Johny B. Goode – Chucky Berry
3. Eleanor Rigby – The Beatles
4. Stairway to heaven – Led Zeppelin
5. With a little help from my friends – The Beatles (versão Joe Cocker)
6. Purple haze – Jimy Hendrix
7. Light my fire – The doors
8. Smoke on the water – Deep Purple
9. Heartbreak hotel – Elvis Presley
10. London Calling – The Clash
11. Bohemian rhapsody – Queen  
12. Back in black – AC/DC
13. Sympathy for the devil – Rolling Stones
14. Like a rolling stone – Bob Dylan
15. Tomorrow never knows – The Beatles
16. Iron Man – Black Sabbath
17. One – Metallica
18. Born to be wild - Steppenwolf
19. The weight – The band
20. Piece of my heart – Janis Joplin
21. Heroes – David Bowie
22. Hotel California – Eagles
23. Hocus Pocus – Focus
24. R.E.M. – Losing my religion
25. Anarchy in the U.K – Sex Pistols
26. Smells like teen spirit – Nirvana
27. Great ball of the fire – Jerry Lee Lewis
28. No more tears – Ozzy Osbourne
29. Hey Jude – The Beatles
30. Another brick in the wall – Pink Floyd
31. Sweet child of mine – Guns N’ Roses
32. Poison heart – Ramones
33. Rock’n roll all night – Kiss
34. Cocaine – Eric Clapton
35. Twist and shout – The Beatles
36. You really got me now - The kinks
37. Tom Sawyer - Rush
38. God only knows – Beach boys
39. I love Rock’n roll – Joan Jett and the Blackhearts
40. Somebody to love – Jefferson Airplane
41. Killing in the name – Rage against the machine
42. Basket case – Green day
43. Fear of the dark – Iron Maiden
44. Infected – Bad Religion
45. Here comes the sun – The Beatles
46. My generation – The who
47. Smooth – Santana
48. Still loving you – Scorpions
49. Have you ever seen the rain – The Creedence Clearwater Revival 
50. Epic – Faith no more

Tentei não pôr muita música de uma mesma banda (os Beatles, ai os Beatles), mas essa é uma lista para os que me questionam porque eu não escuto música do meu tempo. Impossível andar nos céus do rock'n roll e depois ter que rastejar nos acordes de hoje. Não é saudosismo, é qualidade musical.

domingo, 5 de maio de 2013

De menor, Levi Strauss e Disney World

           
               Supondo que um dos estádios da copa do mundo se encha com cem mil pessoas.
             Se o estádio estiver em São Paulo, há a possibilidade de vinte destes cem mil torcedores serem assassinados no período de um ano.
             Se o estádio for em Maceió, cem seres humanos em cem mil seriam assassinados.
             No Afeganistão 19 em cem mil.
             Na Inglaterra 7.
           A média mundial por mortes violentas no mundo é de dez por cem mil habitantes, no Brasil é de vinte.
       Isto significa o que está posto: em uma multidão com cem mil pessoas, no Brasil vinte seriam assassinadas em média, em Maceió cem pessoas em cem mil.
             Em um único ano.
             Me repito?
             Um dado diferente:
             No Brasil de cada cem assassinatos apenas 10 assassinos são presos. De cada cem presos menos da metade é condenada. Dos condenados a média do tempo na prisão é de  menos de dez anos. 
              Nos Estados Unidos de cada cem assassinatos metade é desvendado, na Inglaterra 92% dos assassinos são presos.
             A vida vale muito pouco por aqui.
             No Brasil há algumas verdades inconvenientes que não estão no horário nobre, enquanto o discurso policial é exaltado.
          As estatísticas apontam que negros, com baixa escolaridade, moradores de periferia, são as principais vítimas. É a nossa guerra civil particular. Assuntos pouco tratados por especialistas, mais interessados em se especializar, enquanto a voz é dada aos programas vespertinos, com o pobre chegando em casa ao fim do dia e assistindo às pessoas sendo assassinadas em Full HD, quase ao vivo, repetido à exaustão, comentado à sofreguidão.
             Nesse momento há punições, prisões, mostram o bandido algemado, humilhado, típico de tempos piores com Gil Gomes, Afanásios Jazadjjis, Aqui e Agora. Notícias populares que escondem a verdadeira verdade que poucos sabem, poucos se interessam em saber e muitos querem mesmo esconder:
              "O Brasil é o país da impunidade, mas não o país da impunidade pra menores, políticos e ricos. É o país da impunidade para todos. Ricos e pobres, altos e baixos, gordos e magros." E é claro, nesta impunidade extrema os pobres são os que sofrem muito mais, não temos dinheiro pra pagar segurança particular.
              Se todos os mandados de prisão fossem cumpridos teriam que construir o triplo dos presídios que existem por aí.
              Se todos os crimes fossem solucionados e levassem os criminosos à prisão teriam que multiplicar  por trinta o número de celas. 
            Sou muito a favor da redução da maioridade penal, mas também sou a favor de responsabilização dos pais. Cara, sou a favor de tanta coisa. Por exemplo, sou a favor de investigação e punição. E claro, policiamento ostensivo, mas que ninguém se engane, sou muito a favor de investimento maciço em educação e de uma escola não obrigatória que revolucione o relacionamento das famílias com esta, para que a única forma de os pais se relacionarem com o Estado não seja pelas fardas policiais.
              Claude Levi Strauss diz em seu famosíssimo "Tristes trópicos" que saímos da infância sem passar pela adolescência, por isso a sociedade brasileira não possui em si alguns conceitos básicos tais como: leis, cidadania, ética, bem comum.
              Por isso que quando a caixa do banco te dá dinheiro a mais você não devolve e se devolve te consideram babaca, por isso que quando ninguém está olhando você passa o sinal vermelho, estaciona na vaga pra deficiente, joga papel na rua, desrespeita o professor, compra a juros e não paga, nem pensa no que comprou. Por isso que fazemos gatos na rede elétrica, compramos softwares piratas, roubamos internet e TV a cabo do vizinho, votamos em quem rouba mas faz. Pior do que tá não fica. Por isso deixamos a cargo da escola a educação dos filhos, pagamos pra não sermos multados pelo guarda de trânsito, estupramos e não matamos, queimamos índios e dentistas e não somos presos porque a lei está do nosso lado.
              A lei deveria agir como regulador, não como controlador. A constituição não deveria ser super ego de ninguém, por isso que ao tomarmos consciência de que não haverá punição a curto prazo, agimos desonestamente, mesmo porque o reflexo das ações de nossa micro desonestidade é sentida de forma macro e nunca nos responsabilizamos pela merda transbordando nesta privada amoral e antiética.
             Acredito ser a diferença entre país e nação. Falta-nos muito pra sermos uma nação.
             E polícia aliado a punições, apenas, não transforma territórios em nações, se fosse assim a Somália, que é um dos países mais punitivos do mundo seria o melhor lugar pra se viver.
            A nossa doença social passa por uma reformulação completa da constituição aliado a massivo investimento em educação e formação, inclusive dos que já saíram da escola há muito tempo.
             Os canais de TV estão aí pra isso, deveriam formar e não deformar com idiotias religiosas de madrugada, imbecilidades comerciais pela manhã, trivialidades bizarras à tarde e mentiras simples e puras à noite.
              Vivemos em um estado de completa alienação ao futuro ou ao passado, num eterno momento presente, sendo que este nunca está isolado, assim como não estamos sozinhos no planeta, muito menos no universo segundo sérios cientistas.
                 Nossa falta de respeito pelo outro é fruto do nosso caldo de cultura. Levará séculos pra amadurecermos, ou décadas, dependendo das atitudes que tomarmos hoje.
               Deveríamos começar descriminalizando a venda, porte e consumo de todas as drogas que existem. Desta forma acredito que mais da metade dos presos seriam soltos, ficariam presos os traficantes assassinos, deixando espaço para bandidos de verdade cumprirem pena. E isto não se trata de apologia ao crime, trata-se de justiça
              Começaríamos por retirar da prisão quem não deveria estar lá.
             Seria cômico se não fosse trágico: João matou duas crianças, se apresenta três dias depois à delegacia e sai pela porta da frente; José traficou dois quilos de maconha e passa dez anos preso; Maria atropelou Marcos e após depoimento e pagamento de multa por excesso de velocidade apenas responde por homicídio culposo; Rita roubou um uísque do supermercado e, pega, responde ao processo sem direito a fiança; o filho de Rita estupra e mata uma menina de dez anos na noite em que comemorava seus dezoito anos, no dia seguinte foi preso, mas como tudo aconteceu antes das onze da noite o menor responde ao processo numa instituição para menores, será posto em liberdade em no máximo três, bem antes de sua mãe alcoólatra ladra de uísque.
                 É do senso comum a crença de que político no Brasil não responde aos crimes que comete. E deveria. Mas no Brasil quase ninguém responde aos crimes que comete. Uma sociedade imatura e doente, é o que somos. A cura precisa chegar logo, porque a maioria de nós será idosa no futuro, e imagine como uma sociedade como esta tratará seus velhos. Falo em causa própria, também serei velho neste futuro, se não morrer vitimado por esta violência urbana bem antes, afinal, todos estamos nesta multidão enchendo este estádio de cem em cem mil.
                  Estudando a história do combate ao tráfico de drogas no mundo percebo que anteriormente ao século XX não havia violência urbana significativa relacionada a esta questão, a violência era relacionada à questões sociais como luta por melhores salários, condições de trabalho e vida. Os sindicatos trabalhistas eram os maiores perseguidos.
               Os estadunidenses resolveram esta questão de forma exemplar, tanto que venderam a ideia para o resto do mundo: investiram maciçamente na indústria do entretenimento e esportes e policiaram o consumo de drogas; resultado? os debates mudaram, deixaram de ser sobre o patrão que não dava aumento para ser sobre quantos pontos o rebatedor fez no último jogo, se foi ou não impedimento, se foi ou não falta, quando será a visita à Disney World, o novo carro (esporte), o novo telefone (com internet), a nova conexão (4G).
                O tráfico de drogas apenas fez parte do pacote que proibiu o consumo do álcool, maconha e demais drogas. O álcool perceberam de pronto que não conseguiriam, assim como não conseguem com as demais, mas enquanto o álcool era consumido por todos, a maconha tinha no povo negro o maior mercado consumidor. Isto mesmo: a origem da guerra ao tráfico é o preconceito racial.
                 E mesmo que você discorde de muito ou tudo o que digo neste artigo, é óbvio que estamos em perigo: balas perdidas, assalto, sequestro, estupro, furto, alguém pode nos atropelar e levar nosso braço pra jogar num rio (e nem ser punida por isso).
              Mas o que fazer? Faltam culhões aos que se importam com a questão, falta educação aos que sofrem e falta honestidade aos que têm o poder de mudar algo. Falta o Brasil como nação.
               Porque enquanto uma pessoa é morta a cada cinco minutos no Brasil, os presidenciáveis discutem a próxima eleição. Não há projetos de governo no Brasil, há projetos de poder. Temos nomes para os próximos mandatos e não projetos claros para resolver questões básicas como a nossa própria segurança, a dos nossos filhos.
              Mas foi o que já disse em outro artigo deste blog: sempre há alguém ganhando com isso. Se pergunte quem ganha com a violência, a resposta é óbvia: empresas de segurança, armas, o tema principal da próxima eleição que servirá de plataforma para eleger algum sacana que não está nem aí com o que aconteceu com as milhares de Isabelas Nardonis ao redor do Brasil inteiro.
                   Infelizmente ainda não somos uma nação. Falta muito, e nos falta muito, do pequeno ao grande, do exterior ao centro, e esta mudança não virá de fora pra dentro, tem que ser urgente, firme, corajosa, ousada e tem que incomodar. E disto nasce minha descrença, desacredito e muito.
                 Queria acreditar um pouco mais. Mas está chegando a copa e deixe-me torcer em paz pelo meu Brasil pentacampeão do mundo, o melhor de todos, inimigo da Argentina, mais poderoso que a Itália, mais vitorioso que a Alemanha.