quarta-feira, 3 de abril de 2013

Anos 60 - a era que inventou o que somos


Não sei quão fundo conseguiremos ir neste túnel, mas eis algo divertido de fazer.
Eu não estava lá, mas até hoje escuto os ecos daquele tempo.
O rock'n roll perdeu o sobrenome e virou rock.
Uma droga muito maluca chamada LSD passou a ser utilizada pela juventude por alguns grupos de jovens americanos dando origem à contra cultura, que era contra a cultura oficial e hoje serve de base à cultura oficial, com canções, antes demoníacas, servindo de jingle para a venda até de chiclete e coca cola.

Um americano pisou na lua em 1969 e até hoje há quem não acredita.
Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil criaram a grande questão que nos assola até hoje: qual deles é o melhor?  Porque o mais chato é claro que sabemos quem é.
A Jovem Guarda excitava as menininhas nas tardes de domingo da Record, programa que entrou no lugar do futebol que não podia ser transmitido ao vivo devido a problemas com a censura.

Jânio quadros assumiu e depois de seis meses se mandou, deixando o Brasil numa enorme crise política que só acabaria nos anos 80, para alguns anos 90, para alguns ainda não acabou.
Roberto Carlos mandou tudo pro inferno e até hoje é o cara.
Os Beatles cantaram a trilha sonora de nossas vidas. Durante a década emplacaram dezenas de obras primas e não viraram a década juntos.
O rock inglês invadiu a América, menos o Brasil que ouvia o rock italiano via Jovem Guarda.

Aconteceu o Woodstock.
Aconteceram: Rolling Stones, Pink Floyd, The Who, Beach Boys...
Stanley Kubrick escreveu e dirigiu o maior filme de ficção científica de todos os tempos "2001, uma odisséia no espaço".
Mataram o presidente Kennedy quando ele desfilava em Dallas e mataram o cara que o matou pra ninguém questionar o fato.
Os americanos invadiram o Vietnã e se deram muito mal.
Brasília, nossa novíssima capital, dava seus primeiros passos na direção de escândalos.
As ruas brasileiras se enchiam de fuscas. Um dos carros mais populares de todos os tempos, invenção da Alemanha nazista.


Os jornais noticiaram que uma revolução popular havia derrubado o presidente João Goulart no dia 31 de março. Duas mentiras, não foi revolução, foi golpe de estado e não foi em março, mas no dia 1º de abril. Por saberem da mentira, anteciparam o dia e mudaram a história oficial.
AI1, AI2, AI3, AI4, AI5...

Professores davam aula de política na PUC e desapareciam depois de dar opiniões contra o governo.
Militantes do Partido Comunista Brasileiro desapareciam e nenhum jornal noticiava.
A União Nacional dos Estudantes era perseguida.
Deputados perseguidos.
Prefeitos e governadores depostos.
Pouquíssimas pessoas do povo estavam aí pra isso. O grau de analfabetismo e ignorância da população era tão grande que poucos, de fato, se preocupavam com decisões que mudariam suas vidas de forma decisiva.
A escritora Rachel de Queiroz achou muito legal a Revolução de 64 e escreveu artigos em jornais apoiando o fato histórico.
Carlos Drummond não falou nada.

Vinícius de Moraes conseguiu um emprego de diplomata, mas via concurso.
Clarice Lispector escreveu "A paixão segundo G. H." O melhor livro da literatura brasileira.
Mas o escritor da moda era Jorge Amado, pra quem sabia ler.
A Revolução Cubana ocorreu em 1959, mas foi nos 60 que o mundo presenciou a ascensão do estado socialista das Américas.
A guerra fria deixava o mundo tenso, mas poucos brasileiros tinham televisão pra saber a respeito. As escolas eram precárias, o Ensino Médio inexistente.
A média de altura dos brasileiros era menor, por conta da má alimentação da população, que era analfabeta; o país cortado por precárias rodovias, uma viagem entre São Paulo e Salvador, por exemplo, poderia durar mais de uma semana.
O filme "O pagador de promessas", da peça homônima de Dias Gomes ganhou a Palma de Ouro em Cannes, depois disso, nunca mais prêmios internacionais de valor.
A bossa nova conquista o Carnegie Hall e o mundo, enquanto era insultada inflamadamente por setores da esquerda brasileira.
Os festivais de música viraram febre nacional e a canção "pra não dizer que não falei das flores" nunca ganhou nenhum festival, mas conquistou o título de canção favorita das passeatas dos próximos trinta anos.
O festival da Record de 67 foi histórico, pois deu aos compositores a voz pra cantar suas próprias canções, porém foi Sérgio Ricardo que roubou a cena quebrando o violão e jogando na plateia.
A seleção brasileira de futebol começou o década sendo bicampeã do mundo e se envergonha em 1966, eliminada por Portugal. Tudo recebido via ondas de rádio, imagens apenas na copa de 70 com o Brasil tricampeão.
Uma pequena emissora de TV é inaugurada no Rio de Janeiro e com o tempo vai conquistando espaço, através de falcatruas, ilegalidades e desrespeito às leis: a Rede Globo.
Mutantes, Tom Zé e demais tropicalistas experimentavam.
A mini saia ganhou as ruas. Não as do Brasil, que ainda estava muito atrasado. Estava?
As novelas eram "Cabana do Pai Tomás", "Sangue e areia" e "O ébrio".
O Bandido da luz vermelha atormentou a polícia paulistana em 1967.
Era uma época em que Castelo Branco era nome de presidente e não de Rodovia. E Costa e Silva não era o minhocão.
No país mais católico do mundo, nunca um Papa havia visitado o Brasil.
1968 já foi chamado de o ano que nunca terminou, mas eu discordo. Toda a década de 60 terminou em um maravilhoso 69...

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