sábado, 4 de janeiro de 2014

poeta poesia

Cada vez eu menos poeta
cada dia eu mais poesia
esta manhã em mim desperta
mil setas
nostalgia

de repente me lembro
e é sempre
vez por outra me encerro
e é tanto
nas mancadas, madrugadas
vez por outra
sempre é pranto

cada vez eu menos poeta
cada dia eu mais poesia
quem me dera voltar outras eras
em busca de minha alegria

o que quer que eu diga
não digo
aonde quer que eu vá
me calo
punhais, espadas e flechas
“meu reino por um cavalo”

cada dia eu menos poeta
em cada verso eu mais poesia,
a nona de bethoven?
um solo de bateria!

você com quem falo
e não calo
roda em aros
desbaratina
desde outro dia eu peco
desde outra vida vazia

em cada dia eu menos poeta

a cada verso eu mais poesia.